Conteúdo giro180.

Amazon entrando no negócio de loja de departamentos?

26 de agosto de 2021


Crédito: Justin Sullivan via Getty Images

De acordo com o Wall Street Journal, a Amazon, que já é uma dor de cabeça para empresas como Macy’s e Kohl’s, está planejando uma frota de lojas com uma variedade de produtos, incluindo roupas, decoração e eletrônicos, além de suas marcas próprias. O varejo da gigante há muito se estendeu para além da Internet para desafiar também as lojas físicas, cortando de forma constante a participação de mercado dos varejistas em uma variedade de categorias. Isso levou várias marcas da velha escola, incluindo lojas de departamentos, a expandir seu alcance online e aproveitar melhor suas lojas físicas para serviços especializados – de operações práticas como atendimento e coleta na calçada a experiências de clientes na loja.

“A notícia ainda é especulação, nada oficial. Mas, onde tem fumaça, deve haver fogo. Seria muito interessante, e importante, para o mercado do varejo mundial se essa informação fosse verdade. Primeiro porque a Amazon pensa sempre anos-luz em relação à maioria esmagadora dos concorrentes, ou seja, trará inovações. Segundo, porque ela certamente tem aprendido muito com suas Amazon Book Stores e Amazon 4-stars, formatos que, apesar de receberem avaliações mornas, trouxeram conceitos disruptivos para o varejo físico. E isso é o que interessa”, comenta Zeh Henrique Rodrigues, sócio da v180. 

Mas a Amazon ainda não conquistou o mercado físico. Seu aumento de 11% em relação ao ano anterior nas vendas da loja física durante o segundo trimestre foi uma anomalia em uma série de quedas. Suas livrarias e lojas 4 estrelas receberam críticas sem graça de alguns analistas e consumidores. 

Isso não significa que os varejistas, incluindo lojas de departamentos, devam ficar tranquilos, no entanto. Macy’s e Kohl’s estariam especialmente em risco, Saunders também disse; Macy’s porque o lançamento de seu novo conceito Market by Macy’s está “atrasado” e Kohl’s porque opera neste território menor fora do shopping.

“Não adianta ficar jogando pedra na Amazon. Precisamos admirar a forma com a qual eles encaram as relações de consumo. Trazer um formato menor, do tamanho de um mercado médio, para as grandes e enfadonhas lojas de departamento, com integração omnichannel, curadoria de sortimento por microrregião e merchandising que conversa com o consumidor; como isso pode ser ruim? No mínimo, será um impulso para repensar esse segmento que vem definhando há anos”, analisa Rodrigues.

As lojas de departamentos são tão vulneráveis ​​a uma mudança como essa, em parte porque negligenciaram seus próprios pontos fortes de merchandising. A Target está provando que um varejista pode comercializar uma variedade de produtos com sucesso, como as lojas de departamentos costumavam fazer tão bem.

Fonte: Retail Dive