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Mercado de trabalho: Expectativas e demandas para 2025, segundo a Michael Page
16 de dezembro de 2024

Ao longo de décadas e gerações, estar no mercado de trabalho foi (e ainda é) uma das prioridades dos brasileiros – afinal, a garantia de uma renda é o que permite uma vida minimamente confortável na sociedade em que vivemos. Nesse sentido, a aptidão ao trabalho também já foi uma demonstração de caráter, dignidade e independência. Para as mulheres, inclusive, a possibilidade de trabalhar fora de casa e ter os próprios recursos financeiros foi uma libertação.
Ou seja, por mais que o trabalho já significasse mais do que uma simples troca entre funcionário e empregador, ainda não havia a expectativa de que o segredo da felicidade estaria no encontro perfeito entre um profissional e o trabalho dos sonhos. Podia-se, no máximo, encontrar alguma satisfação ao usufruir dos recursos obtidos. E era isso.
Mas, então, vieram os Millennials. Filhos dos Baby Boomers e/ou da Geração X, os brasileiros dessa geração nasceram junto com o Real ou nos últimos anos de hiperinflação. Muitos, portanto, chegaram ao Brasil quando a moeda valia o mesmo que o dólar e cresceram com mais qualidade de vida do que os próprios pais. E é claro que o mercado de trabalho foi impactado.
O Millennial começou a trabalhar com o entusiasmo de quem descobriu o Santo Graal: Não seguiriam os passos dos pais (que haviam trabalhado para sobreviver e estavam exaustos).
Por isso, adotou o lema “trabalhe com o que ama e nunca mais precisará trabalhar” e decidiu que encontraria uma função na qual seria muito feliz. Assim, trabalharia muito e não ficaria exausto.
Não deu certo. O lema mudou para “trabalhe com o que ama e nunca mais amará nada.”
Não por acaso, a Geração Z (que entrou por último no mercado de trabalho) parece ter percebido que o objetivo do trabalho é apenas o que parece ser: um meio de subsistência. Os mais jovens trabalhadores brasileiros não criaram grandes expectativas sobre o retorno intangível do trabalho: Práticos, fazem apenas o que são pagos para fazer.
Por isso, adotou o lema “trabalhe com o que ama e nunca mais precisará trabalhar” e decidiu que encontraria uma função na qual seria muito feliz. Assim, trabalharia muito e não ficaria exausto. Não deu certo. O lema mudou para “trabalhe com o que ama e nunca mais amará nada.”
Sob influência dos colegas mais novos (ou por experiência própria) os Millennials também aceitaram essa realidade (ou estão em vias de), mas carregam o peso da frustração de ter de “trabalhar sem propósito.”
Seja por influência da praticidade dos nativos digitais, seja por necessidades financeiras, o fato é que o brasileiro agora está focado em retornos tangíveis. De acordo com o Guia Salarial 2025, publicado pela Michael Page, o salário é prioridade para a maioria dos candidatos a uma vaga de emprego.
As expectativas do brasileiro em relação ao mercado de trabalho
No atual emprego…
• 72,5% consideram que o salário é o elemento mais importante
• 53,8% não consideram justa a remuneração que recebem em relação às responsabilidades que assumem
• 68,8% consideraram pedir ou já pediram demissão devido à remuneração ou à insatisfação com benefícios
Ao considerar uma nova oferta de emprego…
• 86,8% priorizaram a melhoria de salário
• 53,8% focam na oferta de benefícios
• 50,9% buscam um modelo de trabalho flexível
Desafios e atitudes das empresas
O estudo mostra que existem diferenças entre os objetivos dos profissionais e a entrega das empresas.
As estratégias de atração de talentos são:
• 51,1% garantem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento
• 43,7% dispõem de pacotes de benefícios e remuneração competitiva
• 38,4% argumentam sobre a reputação da empresa
• 38,4% planejam aumentar os salários dos colaboradores além do índice de dissídio
• 33,3% estão dispostas a oferecer um aumento salarial médio de 6% a 10%
Oportunidades no mercado de trabalho
O Guia Salarial publicado pela Michael Page traz um overview dos salários pagos em diferentes segmentos de mercado. O cálculo é feito a partir de uma metodologia própria e, entre muitas possíveis análises, é possível identificar quais carreiras têm as melhores remunerações.
As habilidades mais demandadas em cada um dos segmentos analisados pela Michael Page
AGRONEGÓCIO
• Capacidade de adaptação e entendimento da cultura dos acionistas
• Capacidade técnica para gestão profissionalizada
• Gestão de riscos
• Gestão financeira
• Influência
• Relacionamento interpessoal
BANKING E SERVIÇOS FINANCEIROS
• Habilidades mais demandadas:
• Certificações atualizadas para sua área de atuação
• Disposição para aprender
• Mente aberta para o novo
• Protagonismo em seu desenvolvimento
ENGENHARIA
• Comunicação em mais de um idioma
• Gestão de pessoas
• Influência e relacionamento interpessoal
• Intraempreendedorismo
• Liderança proativa
• Visão de negócio
• Visão sistêmica
FINANÇAS
• Relacionamento interpessoal
• Comunicação
• Controle de custos
• Turnaround
• Conhecimento setorial
MARKETING E DIGITAL
• Análise financeira
• Comunicação em mais de um idioma
• Criatividade
• Gestão de orçamento
• Gestão de projetos
• Liderança participativa
• Pensamento analítico e inovador
• Relacionamento interpessoal
• Resiliência e adaptabilidade
• Trabalho em equipe
• Visão de negócio
RH
• Visão de negócio
• Persuasão e negociação
• Análise de dados e indicadores
• Habilidade de relacionamento interpessoal
• Gestão de processos
• Pensamento crítico
SAÚDE E CIÊNCIAS
• Visão estratégica
• Conhecimentos de tecnologia
• Comunicação em mais de um idioma
• Capacidade analítica
• Comunicação
• Resiliência e adaptabilidade
• Relacionamento interpessoal
• Ética e integridade
SEGUROS
• Mente aberta para o novo
• Visão de negócio
• Conhecimentos de tecnologia
• Comunicação em mais de um idioma
SUPPLY CHAIN
• Gestão de projetos
• Análise preditiva
• Resolução de problemas
• Conhecimentos em tecnologia
• Tomada de decisão rápida
• Liderança proativa
• Liderança ambidestra
TECNOLOGIA
• Comprometimento
• Comunicação
• Liderança proativa
• Protagonismo e iniciativa
• Relacionamento interpessoal
• Resiliência e adaptabilidade
• Visão de negócio
VAREJO
• Foco no cliente, posicionando-o como prioridade central em todas as decisões
• Gestão de custos
• Proatividade
• Liderança agregadora, motivadora e inspiracional
• Resiliência e flexibilidade
• Visão estratégica
• Visão holística
VENDAS
• Administração de vendas
• Análise de dados
• Análise financeira
• Gestão comercial
• Pricing
• Resiliência e adaptabilidade
• Trabalho em equipe