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Você sabe o que são os Meios Alternativos de Solução de Conflitos?
26 de outubro de 2021
Você que é vendedor, lojista, tem uma plataforma de vendas on-line ou atua em qualquer segmento do ramo de varejo, essa matéria foi pensada especialmente para o seu negócio! Hoje vamos compartilhar com você uma ideia inteligente que pode te ajudar a lidar melhor com os seus clientes de forma a evitar reclamações formais e demandas judiciais, além de preservar assim a credibilidade da sua empresa.
Você já ouviu falar dos Meios Alternativos de Solução de Conflitos, os chamados MASCs? Não? Nunca?
Não se preocupe! Convidamos a advogada Dra. Evelin Sofia Rosenberg, sócia do escritório FMR LAW Advogados, para nos dar uma aula sobre o assunto e esclarecer como os meios alternativos de solução de controvérsias podem ajudar você e o seu negócio.
Primeiro é preciso entender o que são os MASCs!
Os meios alternativos de solução de conflitos são métodos diferenciados de resolução de controvérsias que se propõem a substituir o tradicional processo judicial. Sim! É isso mesmo! É possível lançar mão de outros meios de resolução de conflitos igualmente eficazes e muito mais baratos em lugar da burocrática e morosa via judicial. Para que você entenda melhor, vamos lhe contar quais são os meios alternativos de resolução de conflitos e como você, varejista, poderia se utilizar deles em favor da sua empresa e extrair importantes benefícios para os seus clientes e para o seu negócio.
São meios alternativos de solução de conflitos a arbitragem, a mediação, a conciliação e a negociação. Estes dois primeiros métodos ficarão fora do nosso assunto porque o primeiro, além de ser muito custoso e exigir uma estrutura específica, tem um caráter impositivo que se assemelha muito ao processo judicial; o segundo, por sua vez, pressupõe a existência de uma relação prévia entre as partes envolvidas no conflito que geralmente a relação de consumo não possui. Dessa forma, ficamos com a conciliação e a negociação como meios alternativos de solução de controvérsias muito úteis à atividade varejista.
A conciliação nada mais é do que a solução pacífica de uma controvérsia, isto é, de um problema pontual e específico entre partes que não têm qualquer relação anterior uma com a outra. Com a ajuda de uma terceira pessoa imparcial chamada de, conciliador, o problema é solucionado por meio do diálogo entre as partes, que juntas chegam a um acordo de ganho mútuo e assim pacificam a sua controvérsia, sem ter de ingressarem na via judicial. A negociação, por sua vez, é bem semelhante. Também se presta à resolução pacífica de conflitos sem qualquer interferência do Poder Judiciário e o seu objetivo é o mesmo: resolver um problema pontualmente estabelecido por meio de um acordo entre as partes que seja satisfatório e benéfico para ambas. A diferença é que na negociação não há a presença de uma terceira pessoa, mas uma negociação direta entre os envolvidos; seu procedimento é ainda mais rápido, baseando-se no levantamento e na análise de propostas que são negociadas de maneira dinâmica até que os negociadores estejam satisfeitos com os termos.
Dito isto, acho que você já está percebendo como a conciliação e a negociação podem ajudar lojistas e vendedores no geral. Nossa ideia é justamente apontar para
os benefícios de se instituir um setor jurídico responsável por receber e concentrar todas as reclamações e descontentamentos dos clientes neste setor específico e encaminhar diretamente estas reclamações para o tratamento adequado, a saber, a conciliação ou a negociação, dependendo da complexidade do conflito entre o cliente o varejista.
Vamos te explicar melhor!
Você, como lojista, sabe como a insatisfação de um cliente pode custar caro não somente aos cofres de uma empresa, mas também à sua credibilidade. Isso porque, antes até que o cliente entre com eventual processo judicial contra sua empresa, ele pode fazer diversas reclamações formais em canais reconhecidos na internet – como o Procon e o Reclame Aqui, por exemplo – e assim colocar a reputação da sua loja em má situação. Essa é uma realidade que o varejo enfrenta hoje, sobretudo com o advento do Código de Defesa do Consumidor e com a facilidade e repercussão de uma reclamação na internet. Dessa forma, a ideia estratégica de contar com o auxílio de um setor jurídico certamente custará bem menos dinheiro e preservará muito mais a sua reputação.
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A ideia é que, como vendedor do ramo varejista, ao tomar conhecimento do descontentamento de algum cliente, você imediatamente o encaminhe ao setor jurídico para conciliar ou negociar uma solução. Se se tratar de um problema mais complexo e que envolva uma insatisfação mais profunda ou caso o cliente esteja muito obstinado em sua reclamação, a ajuda de uma terceira figura como conciliadora pode ser a opção mais assertiva, porque através do uso de técnicas específicas o conciliador saberá restabelecer o seu diálogo com o cliente, de modo que a sua insatisfação seja revertida. Mas se, ao contrário, o problema for de ordem mais objetiva e o seu cliente demonstrar que o descontentamento dele se resume a um ponto em específico, a negociação dará conta de resolver de forma ainda mais rápida o problema. Além disso, ao final destes procedimentos, caso deseje que o acordo avençado entre você e o cliente tenha força de título executivo judicial, é possível submetê-lo à homologação do Poder Judiciário e, assim, obter um documento que pode ser executado diretamente em caso de descumprimento de uma das partes, o que garante ainda mais segurança a você, uma vez que vincula o cliente ao acordo firmado.
A adoção dessa estratégia permitirá a você, lojista, descobrir de fato quais são as necessidades do seu cliente, bem como vai reduzir substancialmente o número de reclamações fora do seu controle e evitar que essas reclamações venham a ser convertidas em processos judiciais contra a sua empresa, livrando você de prejuízos financeiros e a sua reputação de perda de credibilidade no mercado, além de garantir o aumento nos índices que medem a satisfação do cliente.
Enfim, você só tem a ganhar!
Existem diversas empresas especializadas na resolução alternativa de conflitos que prestam consultorias e serviços, inclusive ao ramo do varejo, setor este que está muito suscetível a conflitos com a clientela devido à própria natureza da sua atividade. Por isso, varejista, procure um advogado que possa auxiliá-lo!
Por Evelin Sofia Rosenberg
Sócia do escritório FMR LAW Advogados