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Live commerce: a tendência promissora das vendas online

27 de julho de 2021

Crédito: Ebraun

Nos últimos tempos as lives têm se tornado cada vez mais frequentes no dia a dia dos usuários de plataformas digitais, especialmente durante o isolamento social na pandemia. Mas engana-se quem pensa que as lives ganharam destaque apenas no mundo artístico ou na produção de conteúdo. Os vídeos ao vivo vêm impactando diretamente nas estratégias de vendas online de pequenas e grandes marcas, apresentando cada vez mais resultados impressionantes.  

Vamos começar conferindo alguns dados sobre o mercado digital? Segundo levantamento da Wyzowl, 96% dos usuários assistem a um vídeo de explicação para entender melhor sobre um produto ou serviço; 84% dizem que se sentem convencidos a comprar um produto após assistir um vídeo da marca; 66% afirmam que preferem se informar sobre um produto por meio de vídeo. Bem, e como o próprio nome já diz, o live commerce é uma modalidade de venda que une vídeos ao vivo com o comércio eletrônico, no intuito de estabelecer confiança entre cliente e produto. 

A grande sacada dessa modalidade de venda é a interação proporcionada pela transmissão ao vivo, que possibilita uma maior proximidade entre vendedor e consumidor e, consequentemente, maior conversão. É basicamente como funciona a experiência em lojas físicas, só que com a possibilidade de exibir o produto para muito mais pessoas ao mesmo tempo, tirando dúvidas e dando depoimentos sobre o seu uso. 

O live commerce existe desde 2014 e já é uma tendência forte na China pelo menos desde 2017. Foi lá, por exemplo, que as vendas online movimentaram US 1 trilhão de dólares só em 2020, contra os US 862 bilhões em 2019, segundo o site Business Insider. E esse crescimento explosivo se deu promovendo e vendendo produtos em live commerce com a ajuda de influenciadores digitais em seus próprios canais de mídia social. Na China, os produtos apresentados são principalmente cosméticos, vestuário e alimentos, e muitos dos influenciadores de transmissão ao vivo tornaram-se mega celebridades no país, com seus próprios programas diários de venda. 

Tiago Baeta, Retail Thinker da varejo180 e Fundador do E-Commerce Brasil, comenta um pouco mais sobre o assunto: “Na China existem casos de vendas de 4 milhões em 10 minutos. O site Alibaba já está testando tecnologia 3D durante suas lives para visualizar o produto no lugar correto em sua casa”.

Mesmo não sendo algo relativamente novo, a venda ao vivo ainda não vinha sendo muito explorada no Brasil. Foi durante a pandemia que essa modalidade realmente explodiu em terras brasileiras, graças ao isolamento social e a necessidade de varejo e indústria se reinventarem. O Grupo Soma, por exemplo, que detém as grifes Farm e Animale, teve grande destaque no live commerce em 2020, com transmissões bem estruturadas, e convidados experimentando as peças das lojas durante a live. Os produtos das marcas podiam ser comprados por meio de uma aba ao lado do vídeo e, além de possuírem super desconto, as lives do grupo também ofereciam peças exclusivas e tiravam dúvidas por meio de um chat. De acordo com a própria empresa, as quatro primeiras transmissões chegaram a movimentar R$ 3 milhões, um verdadeiro sucesso.

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A Americanas.com é outro case de destaque, já que entrou com tudo para essa tendência com as lives “Americanas Ao Vivo“, promovidas com influenciadores relacionados aos produtos vendidos pela empresa. A marca realizou mais de 100 lives desde 2020 e acabou somando 100 mil pedidos realizados, conversão sete vezes maior do que o normal, além de uma busca 10 vezes maior pelos produtos divulgados na live, de acordo com a empresa. Para Leonardo Rocha, diretor de marketing da Americanas, a empresa entendeu que o formato de live commerce era mais um canal que poderiam oferecer para os lojistas parceiros crescerem e se desenvolverem na plataforma do marketplace, “como uma espécie de vitrine extra, com tráfego super qualificado, pois quem assiste uma live commerce tem real interesse em adquirir ou, ao menos, conhecer mais sobre aquele produto demonstrado”, diz.

Crédito: Reprodução/Americanas

Para Baeta, o live commerce já entrou na pauta dos grandes varejistas no Brasil e precisa ser cada vez mais considerado por aqui. “Essa ferramenta veio pra ficar. Quando falamos em e-commerce, as pessoas imaginam vendas “solitárias”, mas é um mito. A maioria das vendas é feita de forma assistida. A venda ao vivo traz uma taxa de conversão muito superior, uma experiência mais rica e completamente diferente para o consumidor. As marcas precisam criar essa cultura para colher bons frutos”, conclui.

Fontes: 
Meio&Mensagem
Ecommercenapratica.com